AS OBRAS DE CARIDADE PODEM SALVAR?
A
Palavra aos Efésios descreve: Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom
de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie.
Este princípio tem gerado confusão na mente de muitos pregadores, e por falta
de discernimento passam a negar a eficácia da obra da caridade ou amor ao
próximo, a qual está ordenada pelo Mestre em todos os livros do Novo Testamento.
Porque a obras citadas em Efésios, são as obras da lei,
as quais não
salvam
e não tem vínculo com a obra da caridade, o amor ao próximo, notem:
Romanos: Nenhuma carne será justificada diante
dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Concluímos que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.
Gálatas diz: Sabendo que o homem não é justificado
pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em
Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da
lei, porquanto, pelas obras da lei
nenhuma carne será justificada.
A Palavra traz a certeza que ninguém será
justificado pelas obras da lei de Moisés, as quais não se
relacionam com a obra da caridade, amor ao próximo, ordenado pelo Senhor Jesus
em toda escritura. E se fosse de outra forma a Palavra do Senhor seria
contraditória. Vejamos:
Carta Universal do Apóstolo Tiago: Meus irmãos que aproveita se alguém
disser que tem fé e não tiver obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se
o irmão ou irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum
de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e lhes não
derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
Assim também, a fé, se não tiver as obras, é
morta em si mesmo. Mas dirá alguém tu tens a fé e eu tenho as
obras, mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas
minhas obras.
Evidentemente que a salvação vem pelo sacrifício de Cristo na cruz do
Calvário, por que as nossas obras de amor ao próximo por si só não podem gerar frutos
que produza salvação, mas é um ato de fé que agrada o coração do Senhor, não se
tenha a menor dúvida.
Meditem em Mateus, Atos, I Coríntios, e várias outras
referências do Novo Testamento, as quais confirmam que a obra da caridade aproxima o
homem do Senhor.
Em João, disse Jesus: Amai-vos
uns aos outros assim com eu vos amei também. E como Jesus nos amou, senão
oferecendo a sua própria vida para libertar o homem que estava morto na
maldição do pecado? Exatamente dessa forma Ele preceitua que também amemos uns
aos outros, se necessário, com sacrifício da própria vida. Porque o amor é a
essência da magnífica obra redentora de Cristo.
Entretanto, ainda que façamos boas
obras, se não guardarmos os mandamentos do Senhor Jesus, a nossa obra é
vã.
Outra
preocupação iminente vem por parte dos pregadores da salvação predestinada, uma
doutrina que veio a confundir a graça pela aspersão do sangue de Cristo com as
obras da lei.
E quero deixar aqui, um trecho de uma mensagem que recebi de um irmão, segundo
ele, depois do arrependimento o pecado não tem mais força para matar a alma do
salvo, ainda que esse sirva ao pecado. Vejamos:
“Com o entendimento do Sacrifício do Cordeiro que levou o pecado do mundo,
dando a entender que não existe mais pecado para aqueles que estão em Cristo,
pude perceber que na verdade eram aconselhamentos para adotarmos costumes
construtivos para nossas vidas cotidianas.
Não existe mais condenação ou pecado para os que creem no Senhor Jesus porque
ele aboliu a Lei que mostrava estes pecados. Mas na certa não vamos sair por aí
com a liberdade que Cristo nos deu fazendo tudo que der vontade. E não é porque
estas vontades seriam pecado, é porque elas não seriam construtivas para minha
vida.
Com isso posso afirmar que fumar cigarro, usar drogas, trair a esposa ou até
mesmo outras coisas mais sérias que não seguem os bons costumes não seria
pecado praticá-las, pois o Senhor afirmou que nada poderia separar nos do seu
amor, mas não seria edificante para minha vida ou saúde. Todos esses
aconselhamentos que Paulo deu seria como um manual para não nós estreparmos na
vida, não fazermos maluquices autodestrutivas e vivermos bem em sociedade. “Não
tem nada a ver com nossa salvação, pois ela não vem das obras que praticamos”.
Amados em Cristo, esse preceito que, depois de recebermos a promessa da salvação podemos pecar porque a vida eterna já está assegurada é aterrorizante, um engodo satânico, uma doutrina fadada a levar almas para o inferno.
E decorre em razão da Palavra de II Coríntios, que descreve: Ora, o
Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
Mas essa é a liberdade alcançada pela graça do Senhor Jesus em relação as obras da lei, a qual
escravizava o povo, não significa que depois de sermos alcançados pela graça
podemos viver na prática do pecado, porque em Gálatas também está escrito: Vós, irmãos,
fostes chamados à liberdade.
Não useis, então, da liberdade
para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade.
E muitos, confundem a liberdade que Cristo concedeu aos que O recebem
verdadeiramente com Único e suficiente Salvador, com libertinagem, e saem por
aí pregando a palavra na contramão do Evangelho, pois, o que podemos entender
então da Palavra do Senhor Jesus ao dizer: Vá e não peques mais.
Qual o discernimento da exortação em Hebreus, onde diz: Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e
provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e
provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam
outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo
crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.
O que também fora ratificado na própria carta aos Hebreus, onde descreve: Se pecarmos voluntariamente, depois de
termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos
pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo
e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.
As escrituras relatam que Deus não perdoou aos anjos que pecaram, havendo-os
lançado no inferno, os entregou as cadeias da escuridão, ficando reservado para
o juízo, e não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio
sobre o mundo dos ímpios.
E condenou
a subversão as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as
para exemplo aos que vivessem
impiamente; e livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos
homens abomináveis. Assim, sabe o Senhor, livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia de juízo, para serem castigados.
Porquanto
se, depois de terem escapado da corrupção do mundo, pelo conhecimento do nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se
lhes o último estado pior do que o primeiro.
Porque melhor lhes fora não conhecerem o
caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do Santo
Mandamento que lhes fora dado, Deste modo sobreveio-lhes o que
por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a
porca lavada ao espojadouro de lama.
Colossenses: Mortificai,
pois os vossos membros que estão sobre a terra: A prostituição, a impureza, o
apetite desordenado, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria. Pelas
quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
Revesti-vos, pois,
como eleitos de Deus, santos, e amados, de entranhas de misericórdia, de
benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;
Suportando-vos uns
aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro
assim como Cristo vos perdoou, assim fazei-vos também. E, sobre tudo isto,
revesti-vos de caridade, que é o
vínculo da perfeição.
Apocalipse: Disse Jesus: Eis que venho sem demora;
guarda o que tens, para que ninguém tome
a tua coroa.
Louvai ao Senhor!
Leia as Escrituras.