IMPOSIÇÃO DAS MÃOS
ANTIGA ALIANÇA
Impor as mãos é
demonstrar comunhão, concordância ou fazer-se participante de algo. Era assim
que faziam os sacerdotes com os sacrifícios, quando os ofertantes se
identificavam com as vítimas.
Então
fez chegar o novilho da expiação do pecado; e Arão e seus filhos puseram as
suas mãos sobre a cabeça do novilho da expiação do pecado;
Então
trouxeram os bodes para sacrifício pelo pecado, perante o rei e a congregação,
e lhes impuseram as suas mãos.
A imposição de mãos
podia significar a consagração de alguém para uma determinada função:
E
fez Moisés como o SENHOR lhe ordenara; porque tomou a Josué, e apresentou-o
perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação; E sobre ele impôs
as suas mãos, e lhe deu ordens, como o SENHOR falara por intermédio de Moisés.
E os
apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
Impor as mãos também
significava identificar-se com alguém em sua obra para o Senhor:
Farás,
pois, chegar os levitas perante o SENHOR; e os filhos de Israel porão as suas
mãos sobre os levitas.
E,
servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a
Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando,
e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
NOVA ALIANÇA
Esse ato de impor as
mãos como reconhecimento ou identificação com a obra de alguém pode ser mais
bem entendido quando lemos a orientação dada a Timóteo para que não fosse
precipitado em reconhecer alguém ou seu trabalho ou identificar-se com a pessoa
em seu trabalho:
A
ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios;
conserva-te a ti mesmo puro.
Os apóstolos tinham o
poder de impor as mãos e com isso alguém receber o Espírito Santo:
Então
lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. E Simão, vendo que pela
imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu
dinheiro,
E,
impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam
línguas, e profetizavam.
Os apóstolos tinham
também o poder de conceder um dom à pessoa pela imposição de mãos:
Por
cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela
imposição das minhas mãos.
Os apóstolos também
podiam eventualmente impor as mãos ao curar alguém:
E
aconteceu estar de cama enfermo de febre e disenteria o pai de Públio, que
Paulo foi ver, e, havendo orado, pós as mãos sobre ele, e o curou.
O Senhor curava às
vezes usando a imposição de mãos, mas como sabemos que ele também podia curar
sem impor as mãos, certamente tal ato tinha algum outro significado, e não era
feito no sentido de um passe de mágica ou "benzimento" como
costumamos ver:
E
pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus.
Hoje existe muita
confusão por causa desses versículos. Mas a confusão se dissipa quando
entendemos que existiam poderes e prerrogativas que eram exclusivas dos
apóstolos E ELES HOJE JÁ NÃO EXISTEM.
Em Atos vemos que em
alguns casos a imposição de mãos era feita de forma visível, mas não
encontramos nas epístolas (a doutrina dos apóstolos) INSTRUÇÕES DE QUANDO, ONDE, COMO E POR QUEM ISSO DEVE SER FEITO, apenas
encontramos a exortação a Timóteo para não fazê-lo de forma precipitada.
Portanto, como não
existe a ordenança creio que para nós basta entendermos o seu significado, que
é o de reconhecer a obra de alguém ou se identificar com ela. Isso pode ser feito de forma prática pelo uso de palavras
de encorajamento, oração pela pessoa e seu trabalho no Senhor ou a comunhão
financeira para que tal obra siga adiante.
Normalmente O ERRO que
encontramos na cristandade consiste em impor as mãos em situações nas quais só
encontramos os apóstolos fazendo, o que hoje
significaria querer usurpar um poder e autoridade
que não nos foram dados. Até onde consegui identificar, o Senhor e os
apóstolos impunham as mãos para curar, e os apóstolos para conceder o
Espírito Santo ou consagrar alguém para um ofício, como vimos em Atos, com os
sete homens designados para servir.
Esses homens foram levados aos apóstolos,
que oraram e puseram as mãos sobre a cabeça deles.
Como NÃO somos apóstolos e NEM temos tal autoridade e poder, a nós não cabe curar, conceder o Espírito Santo ou
consagrar alguém para um serviço pela imposição de mãos. Mas resta a nós
a possibilidade de nos identificarmos com alguém e seu trabalho, o que também
tem o sentido de estender a destra à comunhão, neste caso uma ação claramente
simbólica ou, no máximo, equivalente a
um aperto de mãos segundo nosso costume moderno de selarmos um acordo.
E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram
considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as
destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e
eles à circuncisão;
Mas uma coisa
certamente a imposição de mãos não tem: algum tipo de PODER
MÁGICO como vemos os homens tentarem fazer nas
religiões pagãs ou em rituais de ocultismo. O cristão pode ser
facilmente levado por atitudes e movimentos do corpo que deem a impressão a
outros de que ele tenha em si algum poder ou esteja revestido por Deus disso. Alguns usam da imposição de mãos como se fosse UMA
VARINHA MÁGICA que transfere algum tipo de virtude às coisas e pessoas com
as quais é tocada.
Li e postei.