O TEMPLO DE DEUS
O Nosso Criador fala pela boca do profeta Ageu. Sombras das coisas futuras.
Quão maravilhosa mensagem, encontramos nos dois pequenos
capítulos do livro do profeta Ageu! Mensagem esta, que para nós, como igreja do
Senhor, fortalece ainda mais, a convicção de nossa fé no filho de Deus, uma vez
que podemos identificar claramente, que os fatos relatados neste pequeno livro,
servem como sombras fiéis das riquezas espirituais que recebemos por meio de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
O povo escolhido de Deus já havia retornado do cativeiro há
17 anos, e ainda o templo do Senhor não havia sido reconstruído; preocupavam-se
demasiadamente com suas próprias casas, buscando todo o conforto necessário
para si, enquanto a casa do Senhor era deixada para segundo plano.
Do grandioso templo de Salomão, só restaram ruinas; era
necessário que um novo templo fosse edificado para servir de habitação ao
Senhor dos Exércitos, a fim de que ali o seu povo encontrasse um lugar para
adorá-lo e servi-lo fielmente, pois enquanto vigorava a velha aliança, o templo
era considerado como a casa de Deus.
Mas como edificar o templo, se mal poderiam dar conta de
suas próprias casas? Não deveriam concentrar todos os seus esforços para
promoverem o conforto de suas famílias? Não seria prioridade estabelecerem
primeiramente o seu lugar de aconchego e descanso?
Tendo o povo este tipo de visão, parecia esquecer-se de
trabalhar em prol da obra de Deus, e ainda que, em seus corações existisse o
desejo de reconstruir o templo para o Senhor, sua condição social não lhe era
favorável; ali se encontrava um povo empobrecido, cujo fruto do trabalho de
suas mãos não lhe dava lucro algum, e que por mais que se esforçassem seus
ganhos não lhes era suficiente para suprir todas as suas necessidades.
Percebe-se isto nas palavras ditas pelo Senhor através do
profeta Ageu: “Semeais muito, e
recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais;
vestis-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco
furado”. Ageu 1: 6.
O que poderia haver de errado com esse povo? Não lhe bastou
o sofrimento que passou nos anos de cativeiro na Babilônia e ainda agora teria
que sofrer toda a dor da escassez e da pobreza, estando em sua própria terra?
Mas o Senhor insistia com eles, falando-lhes através do
profeta:
“Esperastes o muito,
mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu
dissipei com um sopro. Por que causa? Disse o Senhor dos Exércitos. Por
causa da minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua
própria casa. Por isso retém os céus sobre vós o orvalho; e a terra detém os
seus frutos. E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o
trigo, e sobre o mosto, e sobre o azeite, e sobre o que a terra produz; como
também sobre os homens, e sobre o gado, e sobre o trabalho das mãos”.
Ageu1: 9-11.
O povo ainda não havia compreendido que todo o sofrimento
porque passara durante os 70 anos de cativeiro na Babilônia, nada mais era do
que a consequência de seus próprios atos de rebeldia para com Deus, pois o
Senhor dos Exércitos ainda não tinha ocupado o primeiro lugar em seus corações,
e o pecado da idolatria que os perseguia, os afastava do seu Criador.
E agora, estando de volta à sua terra, de novo deixavam para
segundo plano o que para eles deveria ser prioridade máxima: reconstruir o
lugar de adoração ao Senhor, restabelecer a sua morada, a casa de Deus, para
que, não mais saísse da sua presença indo após outros deuses.
Ao invés de pensarem somente em si mesmos, e ficarem
correndo de um lado para outro a fim de prover o seu sustento, deveriam
reconhecer a sua pequenez diante do Deus que os livrou com forte mão, os
tirando do Egito e agora os fazendo retornar do cativeiro babilônico.
Entretanto, mas uma vez, em sua infinita misericórdia,
aprouve ao Senhor revelar ao seu povo, a causa de todo o seu sofrimento e
angustia, e não somente isto, mas o encorajou a dedicar-se completamente à sua
vontade. Precisavam edificar o lugar da sua habitação, demonstrar zelo e amor
para com a sua obra, confiando que dali viria o seu sustento, pois serviam a um
Deus provedor e gracioso para com os seus amados.
Já era mais do que chegada a hora de reconstruir o templo do
Senhor e o seu povo não se dava conta disso, por isso diziam: “... Não veio ainda o tempo, o tempo em que
a casa do Senhor deve ser edificada”. Ageu 1:2. Mas através da explanação
do profeta Ageu, Zorobabel, Josué e os demais, temeram ao Senhor, e se
prontificaram a reconstruir o templo.
Agora o povo, sentindo-se encorajado, resolve obedecer ao
Senhor. Começa a reconstrução do templo. Zorobabel, governador de Judá e Josué,
Sumo-sacerdote, conduzem o povo durante esta nova etapa de suas vidas, uma nova
fase na vida do povo escolhido.
Mas o Deus onisciente, o qual conhece profundamente o
coração dos homens, sabia que os idosos que haviam visto a magnificência
arquitetônica e a glória do templo de Salomão, perceberiam claramente, que o
que agora estava sendo edificado, em nada podia ser comparado, àquele magnífico
e suntuoso templo que existiu antes do cativeiro. E por isso, lhes dirigiu
palavra:
“Quem há entre vós
que tendo ficado viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora?
Não é esta como nada diante de vossos olhos, comparada com aquela?”. Ageu
2: 3.
Isto também prefigura o nosso Senhor nos tempos de sua vida
na terra, e posteriormente também o seus discípulos, que crendo nele, se
tornariam a casa espiritual e templo do Espírito Santo. O capítulo 53 do livro
de Isaías retrata bem essa verdade:
“Porque foi subindo
como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem
formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o
desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de
dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o
rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum”. Isaías 53:2-3.
Vemos também o próprio Jesus Cristo falando a respeito do
templo, porém referindo-se a si mesmo: “...
Derribai este templo, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus:
Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três
dias? Mas ele falava do templo do seu corpo. Quando, pois, ressuscitou dentre
os mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isto; e creram
na Escritura, e na palavra que Jesus tinha dito”. João 2: 19-22.
Eis aqui o motivo pelo qual Deus os encorajou, não
permitindo que os que conheceram o primeiro templo, ficassem desanimados e, com
isso, desencorajassem os mais jovens. Por isso disse:
“Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o SENHOR, e esforça-te, Josué,
filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforça-te, todo o povo da terra, diz o
SENHOR, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o SENHOR dos Exércitos.
Segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saístes do Egito, o meu
Espírito permanece no meio de vós; não temais. Porque assim diz o SENHOR dos
Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, farei tremer os céus e a terra, o mar
e a terra seca. E farei tremer todas as nações, e virão coisas preciosas de
todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos Exércitos.
Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos. A glória desta
última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e
neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos”. Ageu 2: 4-9
Todas estas coisas nos servem como figura do que vivenciamos
como igreja do Senhor. Quando compreendemos que precisamos priorizar o reino de
Deus em nossas vidas, edificando assim, o templo do Espírito Santo que habita
em nós, o temor a Deus nos leva a buscar o conhecimento de Deus e do seu filho
Jesus Cristo, mas quando olhamos ao nosso redor, e não conseguimos contemplar
grandes coisas, além de um caminho estreito e apertado, logo o desânimo vem e
nos sentimos desencorajados.
As preocupações com as coisas desta vida insistem em nos
tirar do caminho para que erremos o alvo, por isso disse o Senhor: “Não estejais inquietos por coisa alguma;
antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e
súplica, com ação de graças”. Filipenses 4:6.
E ainda: “Buscai
primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas”. Mateus 6: 33.
Hoje já estamos cientes de que o Altíssimo não habita em
templos feitos por mãos de homens, como disse o profeta: “O céu é o meu trono, E a terra o estrado dos meus pés. Que casa vós me
edificareis? Diz o Senhor, Ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez
a minha mão todas estas coisas?” Atos 7: 49-50.
Também estamos convictos do que dizem as escrituras: “E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a
sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar. Mas
Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se
tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim”.
Hebreus 3:5-6.
Portanto, amada igreja, tenhamos grande zelo para com a casa
de Deus que somos nós, o templo do Espírito Santo, a noiva do Cordeiro, não
desfalecendo em nossos ânimos, mas esforçando-nos por edificar esta preciosa
casa, pois aquilo que hoje está diante de nossos olhos, não se pode comparar
com a glória que há de vir.
Deus os abençoe.
Amém.
Estudo realizado pelo Portal Evangélico - CRISTO É A VERDADE.