BARUC é um personagem citado nas Sagradas Escrituras do Antigo
Testamento.
Baruc teria
sido um homem erudito e de família nobre, que foi amigo do profeta Jeremias durante o Exílio na
Babilônia do povo israelita na Babilônia.
Depois da
conquista de Jerusalém pelos babilônios (586
a.C.), foi Jeremias bem tratado pelo rei Nabucodonosor
- e Baruc foi acusado de exercer influência sobre Jeremias a fim de não
fugirem para o Egito (Jr 43:3). Mas, por fim, foram ambos
compelidos a ir para ali com a parte remanescente de Judá
(Jr 43:6).
O LIVRO DE BARUC
A obra possui seis capítulos, sendo que a autoria dos cinco primeiros é
tradicionalmente atribuída à Baruc, enquanto que a autoria do sexto capítulo é atribuída a Jeremias.
A obra tem por objetivo mostrar como
era a vida religiosa daquele povo, seus cultos e tem o mérito de conservar o
sentimento religioso dos israelitas dispersos pelo mundo todo após a ruína de Jerusalém
e a perda de quase todas as suas instituições. Mostra como eles conservaram
viva a consciência de ser um povo adorador do verdadeiro Criador. Ao
mesmo tempo, mostra a consciência que tinham do desastre nacional: Não atribuem
tudo isso à infidelidade de Javé; ao contrário, reconhecem que os males se originaram por
culpa deles próprios: Estão assim porque desprezaram a palavra dos profetas,
rejeitaram a justiça e a verdadeira sabedoria. Mas, ao lado dessa consciência
de seus pecados, conservam uma viva esperança, pois acreditam que o Criador não
abandona o seu povo e continua fiel às promessas. Se houver arrependimento e
conversão, poderão confiar no perdão divino: serão reunidos de novo em
Jerusalém, que é para sempre a cidade do Altíssimo.
A
carta do capítulo sexto é uma carta que nos leva aos templos pagãos, cujos ídolos estão empoeirados e carcomidos de cupim. Esses
ídolos, apresentados de forma atraente e grandiosa, não
têm vida, nem são capazes de produzir vida:
PENSE NISSO: NESSE PERÍODO NÃO EXISTIA O ATUAL
“CRISTIANISMO/PROTESTANISMO E SIMILARES”
BARUC
É por causa dos
pecados que cometestes contra o Criador que ides deportados para Babilônia como
prisioneiros, por Nabucodonosor, rei dos babilônios.
Quando chegardes a Babilônia, será para
ficardes lá por muito tempo, durante longos anos, até sete gerações. Depois
disso, porém, farei com que volteis em paz.
Ireis ver em
Babilônia deuses de prata, ouro e madeira, deuses que são carregados aos ombros e que, não
obstante, inspiram temor aos pagãos.
(São
as praticadas procissões).
Quanto a vós, preveni-vos! Não imiteis
esses estrangeiros, deixando que também o temor desses deuses se aposse de vós.
Quando virdes a multidão comprimir-se
em torno deles para adorá-los, dizei no silêncio de vossos corações: É somente a vós, Senhor, que devemos adorar.
Porque meu anjo estará ao vosso lado, e
poderia vingar-se na vossa vida.
A língua desses deuses é polida por um
artista. Mas, apesar de dourados e prateados, são falsos e incapazes de falar.
Como se fora para uma donzela
apaixonada por enfeites, eles pegam ouro
e confeccionam coroas para serem
colocadas nas cabeças de suas divindades. Acontece, até, que os
sacerdotes
roubam o ouro e a prata para utilizá-los em proveito próprio,
ou para presentear prostitutas que
mantêm em suas casas. Eles ataviam com lindas vestes, como se fossem homens
(esses deuses) de prata, de ouro ou madeira,
enquanto estes nem mesmo são capazes
de defender-se contra a ferrugem e os vermes. Vestem-nos de púrpura;
precisam, porém, tirar-lhes do rosto a
poeira que neles se acumula.
Possui o deus um cetro como se fora
governador de província; mas é incapaz de condenar à morte aqueles que contra
ele se rebelam.
Ostenta na mão o machado e a espada, mas nem
pode garantir-se contra um inimigo ou um ladrão. E disto se pode concluir que
não são deuses. Não tendes por que temê-los.
Quando a ferramenta de um homem se
quebra, perde a utilidade. Assim também acontece com seus deuses.
Se os colocardes num templo, enchem-se
seus olhos da poeira erguida pelos pés dos visitantes.
Quando um homem ofende o rei,
fecham-se atrás dele as portas da prisão, porque vai ser conduzido à morte. Assim
os sacerdotes defendem os templos por meio de portas munidas de fechaduras e
ferrolhos, a fim de impedir que ladrões venham roubar os deuses.
E acendem mais luzes do que eles mesmos
precisam, enquanto que os deuses não podem vê-las,
porque são apenas quais vigas de seu
templo, cujo coração está também corroído. E eles nem se
apercebem dos vermes
que fervilham no solo e que vêm devorá-los, assim como as suas vestes.
Escurece-lhes os rostos a fumaça que se
desprende do templo.
Morcegos, andorinhas e outras aves esvoaçam
em torno de seus corpos, e gatos saltam sobre eles.
De tudo isso podeis concluir que não
são deuses, e que nenhum respeito lhes deveis.
O ouro que os reveste serve, sem
dúvida, para embelezá-los mas, se não se polir o ouro, não brilham. E nem
sentiram quando foram fundidos.
Foram comprados
por preço exorbitante, quando neles nem sequer um sopro de vida existe.
Não possuindo pés, devem ser carregados aos
ombros, revelando assim a todos a sua ignomínia. Bem mais, porém, seus servos
deveriam envergonhar-se,
pois se algum deus vier a cair por terra,
não poderá por si mesmo levantar-se; virá alguém repô-lo de pé, pois que é
incapaz de qualquer movimento. E se o colocarem obliquamente, não poderá erguer-se.
São como cadáveres ante as oferendas que lhes trazem.
Os sacerdotes, porém, vendem essas ofertas
em proveito próprio, e suas mulheres as preparam, sem nada repartir com os
pobres e os infelizes.
As mulheres em seu estado de impureza e
que deram à luz tocam nesses sacrifícios. Portanto, bem podeis reconhecer que
não são deuses. Não tenhais pois para com eles respeito algum.
Como poderiam
eles ser chamados deuses? Pois há mulheres que tomam parte no culto
desses ídolos de prata, de ouro e de madeira!
E nos seus templos, os sacerdotes
assentam-se com as vestes rasgadas, descoberta a cabeça, cabelos e barbas
raspados!
Gritam e clamam ante seus ídolos, como
se fora no festim de um morto.
E roubam-lhes as
vestimentas e com elas presenteiam suas mulheres e filhos.
São incapazes de retribuir, quer se lhes
faça um bem ou um mal. Nem mesmo poderiam aclamar um rei ou
destroná-lo.
Nem podem dar ricos presentes nem (a
mais vil) moeda. Se alguém não cumprir os votos que lhes
fez, nem podem protestar.
Tampouco lhes é dado proteger alguém da
morte, como arrancar o fraco das mãos do mais forte.
Não possuem o poder de dar vista ao
cego, nem de salvar alguém da miséria.
Não se compadecem da viúva e nenhum bem
fazem ao órfão.
Quais pedras da montanha são esses
ídolos de madeira, dourada ou prateada, e seus servos deveriam envergonhar-se
deles.
Como, pois, crer em tais deuses, e
assim chamá-los?
Os próprios caldeus os afrontam. Quando
se lhes apresenta um mudo, levam-no a Bel, suplicando-lhe que dê voz ao mudo,
como se o deus pudesse ouvir alguma coisa.
E, embora saibam bem isso, não podem
abster-se de assim agir, tão falhos que são de inteligência.
Mulheres, cingidas de corda, vão
sentar-se à beira dos caminhos e aí fazem fumaça, queimando sementes.
Quando uma delas é levada por um
transeunte e com ele dorme, zomba da vizinha por não haver recebido semelhante
honra e não ter sido rompida a sua corda.
É apenas mentira tudo quanto se faz
perante eles. Como se poderá, então, acreditar e proclamar que sejam deuses?
Foram confeccionados por artífices e
ourives, e não poderiam ser diferentes do que o quiseram seus artífices.
E se estes
não atingem idade avançada,
como poderia ser diferente a obra de
suas mãos? Assim só deixam a seus descendentes engano e vergonha.
Sobrevenham guerras ou calamidades, e eis os
sacerdotes a entrarem em conciliábulos a fim de saber aonde deverão ir
ocultar-se com seus ídolos.
Como acreditar,
então, que sejam deuses aqueles que são incapazes de se salvar da guerra ou de
outra qualquer calamidade?
Mais tarde vir-se-á a saber que os
ídolos de madeira dourada ou prateada são apenas engano. E aos olhos de todos
os povos e de todos os reis tornar-se-á evidente que não são deuses, mas obras
de mãos humanas, já que nada se encontra de divino neles.
Como, pois, poderá deixar de se tornar
evidente que não são deuses?
Eles não podem entronizar um rei num país,
nem dar chuva aos homens.
Nem sequer podem ainda julgar suas
contendas, nem protegê-los contra os males (que lhes advenham), pois de nenhum
poder dispõem, assemelhando-se a gralhas que esvoaçam entre o céu e a terra.
Se o fogo atinge
o templo desses ídolos de madeira dourada ou prateada, seus sacerdotes procuram salvar-se, pondo-se ao abrigo, enquanto seus deuses são consumidos
quais vigas no incêndio.
E não poderiam resistir nem a um rei
nem aos inimigos. Como admitir, então, ou mesmo supor que possam ser tidos por
deuses?
Esses deuses de madeira prateada e dourada
nem mesmo podem defender-se
contra os ladrões.
Mais fortes que eles, arrebatam-lhes o
ouro e a prata e até as vestes de que foram cobertos, e se retiram sem que os
deuses tenham podido defender-se a si mesmos.
Assim, melhor que a dos falsos deuses é
a condição de um rei, que pode lançar mão de seu poder, ou a de um utensílio
doméstico, do qual o dono pode servir-se, ou mesmo a da porta de uma casa, que
protege o que dentro dela se encontra, ou ainda a da coluna de madeira no
palácio real.
O sol, a lua e
as estrelas, que brilham e se destinam à utilidade dos homens, obedecem de boa
mente.
Assim também o
relâmpago, tão belo ao faiscar; o vento que sopra sobre a terra
e as nuvens que
recebem de Deus a ordem de percorrer toda a terra executam a missão que lhes
foi imposta.
Quando o fogo é enviado do céu para consumir
as florestas das montanhas, cumpre o que lhe foi ordenado. Nem a beleza, nem o
poder dos ídolos podem igualar-se a essas maravilhas.
Eis por que não há motivo para crer
nem proclamar que sejam deuses, já que não lhes é dado praticar a justiça junto
aos homens nem lhes outorgar o bem.
Se admitis que não são deuses, não
tenhais deles receio algum.
Eles não têm a faculdade de amaldiçoar
os reis nem de abençoá-los.
Muito menos
podem fazer com que no céu apareçam sinais aos pagãos; não brilham como o sol,
nem alumiam como a lua.
Valem mais que eles os animais, pois,
ao menos pela fuga, têm a faculdade de procurar a segurança num abrigo.
De maneira alguma, pois, se nos
convence que eles sejam deuses. Por conseguinte, não os temais.
Assim como um espantalho em campo de
pepinos, esses deuses de madeira dourada ou prateada de nada preservam.
Moita de espinhos num jardim, na qual
vêm os pássaros pousar; cadáver lançado em lugar tenebroso, eis o que são esses
deuses de madeira dourada e prateada.
Enfim, pela púrpura e pelo escarlate
que sobre eles se desgastam pode-se reconhecer que não são deuses. Acabarão por
ser devorados, e se tornarão desonra para sua nação.
Melhor é,
portanto, a condição de um homem honesto que não tem ídolos, pois assim estará
sempre isento de confusão.
Fonte de pesquisa: A bíblia.