Página Inicial » Internacional 3/03/2013 - 8:00 - Atualizado
em 2/03/2013 - 16:30
O fim do cristianismo na Europa?
Igrejas cristãs são substituídas por mesquitas no Velho
Continente
por Jarbas Aragão
O fim do cristianismo na Europa?
Por força da lei, o exterior da antiga igreja luterana
Kapernaumkirche continua igual. Mas por dentro em breve o espaço abrigará a
mesquita do Centro Islâmico Al-Nour. Foram gastos um milhão de euros na reforma
do templo, que exemplifica uma tendência cada vez mais comum na Europa.
A associação Al-Nour, fundada em 1993, reúne a maior parte
dos muçulmanos que moram em Hamburgo, Alemanha, berço da Reforma
Protestante. Os moradores da área
aceitaram sem problemas esta nova utilização do prédio. Os líderes da Igreja
Luterana dizem que tiveram de vender a igreja por problemas financeiros, já que
restavam apenas alguns fieis indo aos cultos.
O porta-voz da comunidade muçulmana, Daniel Adbin, comemora
que após 20 anos os muçulmanos da cidade terão uma mesquita reconhecida. Até
recentemente eles se reuniam em um prédio comum, já que não podiam construir um
templo.
Somente na Alemanha, mais de oitocentos igrejas católicas e
protestantes foram fechadas desde o
início da década de 1990. No entanto, este fenômeno que é chamado de
“Euroislãmização” tem se espalhado por todo o continente.
Os representantes da Igreja Católica na França há décadas
alertam sobre as pessoas que estão abandonando a fé cristã e, com isso, abrindo
espaço para o crescimento do Islã.
Um estudo realizado pelo Instituto Hudson em 2011 mostrou
que na França o Islã deverá ser a
religião dominante em dez anos, deixando o domínio católico para trás. Ao mesmo
tempo, a Holanda, onde surgiu a Igreja
Reformada, tinha mais de 4200 igrejas cristãs em 2011.
Estima-se que 1400 delas não existirão mais até 2020. Mais de 900 igrejas foram
fechadas no país desde 1970. Muitas hoje abrigam mesquitas.
Segundo Silantiev Romano, professor da Universidade Estatal
de Moscovo e estudioso do Islã, esses dados mostram uma tendência do
cristianismo ser extinto na Europa como parte da rápida mudança no mundo. Para
o estudioso, essa é uma derrota real para o Ocidente, que está perdendo
inegavelmente espaço para o Islã, em um fenômeno de “ocupação cultural”.
De acordo com Romano, a negação dos valores cristãos
europeus, mostra que em algumas décadas o Velho Continente poderá estar
dividido entre ateus (ou sem-religião) e os muçulmanos.