BELO HORIZONTE TESTA
CHIP QUE FAZ MÃO VIRAR UM CONTROLE REMOTO UNIVERSAL
A-G
Criado por cientista norte-americano e do tamanho de um grão
de arroz, item chega a BH em três semanas; a venda está prevista para começar
em fevereiro de 2014.
Imagine um futuro sem chaves, senhas, códigos de barras e,
ainda assim, com privacidade e segurança. Essa evolução já está bem perto de
virar realidade. Dentro de três semanas, chega a Belo Horizonte a novidade que
irá substituir todos esses instrumentos: um chip implantado debaixo da pele,
com funções múltiplas. A venda está prevista para começar em fevereiro de 2014.
O dispositivo, que mede cerca de 2 mm – aproximadamente o
tamanho de um grão de arroz –, foi desenvolvido pelo norte-americano Amal
Graafstra, que queria acessar seu escritório com mais facilidade. Desde 2005,
ele possui um chip em cada mão.
Nesse caso, o local escolhido para o implante foi entre a
membrana do polegar e o dedo indicador, por ser uma região de fácil acesso, uma
vez que o chip funciona por radiofrequência compatível com Near Field
Communication (NFC). Essa tecnologia permite comunicação em curta distância
entre dispositivos, sem a utilização de fios e configurações adicionais, apenas
aproximando a mão ao leitor do chip.
Dessa forma, o dispositivo permite a interação humana com
diversos sistemas no dia a dia, como destrancar portas, acessar telefones,
fazer login em computadores e ligar veículos. Além disso, ele facilita o
compartilhamento de contatos, vídeos do Youtube, páginas do Facebook e outras
funções nas redes sociais.
Auxílio: Por exigir poucos movimentos para atender as
necessidades do usuário, o chip poderá beneficiar pessoas com deficiência. “O
biochip também poderá ser usado com outras finalidades como pagamentos de
contas, ou qualquer outra situação na qual pessoas, animais ou plantas precisem
ser identificados”, afirma Ewerson Guimarães, um dos fundadores da Área 31
Hackerspace, laboratório comunitário localizado em Belo Horizonte, aberto e
colaborativo, que possibilitou a vinda dos primeiros biochips ao país.
Graças a uma parceria, pesquisadores da Área 31 Hackerspace
irão realizar testes de utilização do biochip também para a automação
residencial (controle da iluminação da casa, por exemplo), credenciamento e
monitoramento.
Várias pessoas já manifestaram interesse em testar a
novidade e se tornarem “cyborgs” – abreviação de “cybernetic organism”,
organismo cibernético, em português –, ou seja, um humano ou animal com partes
orgânicas e eletrônicas, diz Guimarães.
Por ser revestido com um vidro biocompatível bastante
resistente, não possuir bateria e ter pouca quantidade de liga metálica, o
dispositivo não precisa ser trocado ou passar por manutenção, afirma o cientista.
Na capital mineira, um dos focos da pesquisa será aumentar a
capacidade de armazenagem de dados que hoje é de até 144 bytes por chip. “Um
dos nossos desafios é aumentar a quantidade de dados que podem ser armazenados,
sem alterar fisicamente o biochip, desafio esse que já está bem adiantado”,
conta.
Saiba mais sobre a pesquisa em www.area31.net.br.
Procedimento:
Pele O implante do chip deve ser feito apenas sob
orientação. O processo dura de 5 a 10 segundos e é como colocar um piercing. A
cicatrização pode levar até quatro semanas. Um médico pode removê-lo, se
necessário.
“Eu não queria carregar um cartão”
Como surgiu a ideia do chip implantável e qual era seu
objetivo?
Em suma, eu queria ter fácil acesso à porta do meu
escritório. A identificação por radiofrequência foi a melhor escolha, mas eu
não queria carregar um cartão, e implantar (um chip) fez mais sentido.
Como surgiu essa parceria com os pesquisadores brasileiros?
Eu conheci a Área 31 Hackerspace quando entrei em contato
para informá-los sobre a campanha (de divulgação do biochip). Eles realmente
entenderam o potencial dessa tecnologia e manifestaram um sério interesse.
Estamos discutindo outros possíveis usos que incluem a criptografia e métodos
de compressão de dados com muito entusiasmo.
Existe alguma contraindicação para a implantação do chip?
As contraindicações seriam a idade – somente adultos devem
implantar – e a saúde física. Pessoas que estão doentes não devem receber um
biochip por implante, que pode aumentar os riscos de infecção.
Em quais países essa tecnologia já está disponível?
Existem outras tecnologias de identificação por
radiofrequência, mas o biochip vai ser o primeiro dispositivo implantável totalmente
compatível com Near Field Communication (NFC) no mundo.
Cerca de 3.000 pessoas no mundo já têm algum tipo de chip
implantado. Em breve haverá muitos mais. (LM)
http://www.otempo.com.br/interessa/bh-testa-chip-que-faz-m%C3%A3o-virar-um-controle-remoto-universal-1.745337
Postado por Edinêr