O NAUFRÁGIO EVANGÉLICO
É utopia pensar que
uma atitude boa no meio de um oceano de maldade pode fazer uma grande
diferença. Sei que no universo evangélico em ampla expansão no Brasil, há quem
acredite no “efeito borboleta” que bons atos podem causar, mas a história da
Igreja nos mostra muitos exemplos de cismas e revoluções que foram fundamentais
para preservação do fino fio condutor da corrente da Verdade.
Atualmente, nos
escondemos por trás de um pano obscurecido por hipocrisia e tentativas falsas
de manutenção da paz, o qual vem impedindo a muitos de reagir. Esse pano,
formado por retalhos de argumentações conformistas e, por vezes,
prevaricadoras, possui terminologias cheias de frases de efeito, tais como:
“não esquente a cabeça, pois a igreja é uma arca de Noé, está cheia de animais
e coco por todos os lados”, ou ainda, “somos imperfeitos mesmo, mas é melhor
estar no meio da imperfeição, do que longe dela” e, pior, “não estou dando meu
dinheiro a homens e sim a Deus, o que eles fazem com o dinheiro é problema
deles”.
Por acaso não foi o
mesmo que fez Pilatos, ao lavar suas mãos e condenar o Senhor? Esses argumentos
são entreguistas demais, a meu ver, e já que é pra abusar das máximas, prefiro
ficar com a célebre “antes só do que mal acompanhado”.
Voltando a História,
podemos ver muitos pré-reformadores combatendo de forma veemente determinados
papas. Óbvio que existiram papas bons e maus, mas a Reforma não pode se deter a
uma ótica simplista, aceitando um sistema corroído porque “ora” está sob o
comando de alguém bom, “ora” de alguém mau.
Sistema é sistema e
se está em metástase, então, o câncer deve ser arrancado para que não morramos
todos. Foi esta atitude, afinal, que caracterizou o movimento protestante como
um ato reformador. Foi um ataque direto e incisivo ao âmago da questão: o sistema
precisava ser mudado!
Como a Matriz não
aceitou a mudança, então, os que não morreram sob a perseguição, fundaram novos
formatos para desenvolver sua fé. E assim vem sendo feito por toda a história,
com a criação de novas comunidades e modelos de cristianismo. Sempre em busca
de uma atitude condizente com uma fé piedosa.
Muitas reformas,
maiores e menores, vêm sendo provocadas no decorrer da história da igreja. É
algo natural à evolução, às transformações culturais. A igreja de Cristo, como
o odre que recebe o vinho novo, está sempre sendo adaptada aos novos tempos e
eras que chegam.
Hoje, há os que
pregam uma unidade cega, injusta e imoral, a qual tripudia da justiça divina e
de sua genuína revelação. Esses estão, na verdade, contribuindo com a corrupção,
o que configura seu próprio estado corrupto, mesmo que passivo.
Olhe ao seu redor,
reflita a Palavra de Deus em sua mente, abra-se para novas possibilidades e
veja que pode ser muito melhor, muito mais sincero e honesto, muito mais
parecido com Jesus e menos parecido com o cristianismo babilônico que perdurou
por séculos sombrios de corrupção a manipulação, o que agora volta sob os
auspícios da denominação evangélica.
Vou logo avisando que
vejo o iceberg logo à frente e o naufrágio iminente dessa religião e não vai
adiantar nada tocar música gospel quando o navio afundar.
Amigo do Noivo